Existem dois tipos de pessoas: as que não conseguem imaginar suas vidas sem café e as que não ligam para a bebida. Pesquisadores agora descobriram duas variações genéticas que podem explicar o vício em cafeína, de acordo com reportagem publicada no "Science Megazine".
A epidemiologista genética Marilyn Cornelis, da Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos, conhece de perto o vício em café: seu pai bebe dez xícaras por dia: "Ele realmente precisa de uma xícara antes de ir para a cama".
Estudos mostraram que os genes provavelmente têm muito a ver com isso, sugerindo que eles respondem por entre 43% e 58% das mudanças nos hábitos de beber café. Marilyn e uma equipe escanearam todo o genoma de 47.341 adultos americanos. Pela técnica, chamada de estudo de associação do genoma, eles descobriram duas variações genéticas. Sujeitos com as duas representações consumiram cerca de 40 miligramas a mais cafeína em um dia do que voluntários com nenhuma. Uma variante estava bem próximo a um gene chamado CYP1A2, familiar na pesquisa com cafeína.
"CYP1A2 fica no fígado e é até 95% responsável pelo metabolismo da cafeína", Cornelis diz. O outro grande responsável, a equipe relata na revista PLoS Genetics, foi uma variação perto de um gene chamado AHR, que regulamenta a forma como o CYP1A2 é impresso.
Agência O Globo